[Resenha] A Rosa e a Adaga (A Fúria e a Aurora #2) | Renée Ahdieh

Foto por Blog Contra Capa | Resenha de Kika Oliveira

Título: A Rosa e a Adaga | Série: A Fúria e a Aurora | Vol.02
Autora: Renée Ahdieh
Páginas: 364
Editora: Globo Alt |  Nota: ★★★★ (4/5) 

SINOPSE: A jovem Sherazade chegou a acreditar que seu marido, Khalid, o califa de Khorasan, fosse um monstro. Mas por trás de seus segredos, ela descobriu um homem amável, atormentado pela culpa e por uma terrível maldição, que agora pode mantê-los separados para sempre. Refugiada no deserto com sua família e seu antigo amor, Tariq, ela concentra forças para quebrar a maldição e voltar a viver com seu verdadeiro amor.
Com uma narrativa envolvente e repleta de referências à cultura árabe, a autora desenvolve um universo de intriga política, magia negra e relações complexas. Os personagens, que em A fúria e a aurora já haviam conquistado o coração dos leitores, tornam-se ainda mais marcantes, profundos e sedutores.



Após ter todos os seus planos mudados ao descobrir que seu marido na verdade não era nenhum monstro, mas sim uma vítima de um homem amargo movido pelo ódio e o rancor, Sherazade precisa enfrentar um novo desafio, salvar a vida de Khalid livrando-o da maldição e se possível, também o seu reino. Shazi mais uma vez é o ponto central da história, diante das circunstâncias ela toma para si a responsabilidade de salvar a vida do marido e de manter a irmã e o pai em segurança.

Era porque ambos eram as duas metades de uma só coisa. Ele não pertencia a ela. E ela não pertencia a ele. Ninguém pertencia a ninguém. Ambos eram um só.

Cada vez mais ciente do dom que possui, ela começa uma nova jornada nada fácil ou segura em busca de um conhecido que talvez a possa ajudar. Durante esse período nossa heroína cresce mais um pouco, demonstrando uma garra e determinação condizente com quem ela foi no primeiro livro e mesmo quando parece que não existe mais solução ela não desiste e continua lutando.

Khalid, ao não dar continuidade com a matança colocou a segurança de seu povo e de sua esposa à mercê da sorte e se não bastasse esse problema, ele precisa lidar com o fato de que seu reino está prestes a ser atacado em seu momento mais vulnerável e enquanto se prepara para a batalha iminente, também precisa lidar com seus tormentos internos e a com a falta que sente de Shazi que na noite da tempestade foi levada do palácio por seu amigo de infância Tariq.

Porque é fácil ser bom e gentil em tempos de fartura. Os tempos difíceis eram os que definiam um homem. E o amor? O amor era algo que podia mudar muito uma pessoa. Trazia tanto alegria como sofrimento, e trazia no seu bojo os momentos que definiam o caráter. O amor dava vida aos que não viviam. Era o maior poder de todos. No entanto, como em todas as coisas, o amor também tinha o seu lado negro.

O amadurecimento do relacionamento entre Shazi e Khalid é de arrancar suspiros. Depois de lutarem tanto contra os sentimentos eles finalmente se entregam verdadeiramente um ao outro e mesmo sabendo dos riscos decidem não esconder de todos o amor que sentem um pelo outro embora, em determinado momento da história, Sherazade manter em discrição o amor que tem pelo marido, ela não finge odiá-lo ou faz-se de vítima para proteger-se o que torna a leitura mais interessante e agradável, pois é comum que a “mocinha” se mostre abalada e vulnerável na intenção de sair da mira dos vilões, mas Shazi não é uma mocinha, ela é uma heroína e a todo momento ela age o tempo todo sendo fiel a si mesma e ao marido e não desiste em momento algum de tentar proteger aqueles que ama.

 A verdadeira força não é a soberania. É reconhecer quando precisa de ajuda e ter coragem de aceita-la.


A sequência de A fúria e a aurora foi quase tão boa quanto o primeiro livro, a história tinha todas as peças importantes para ser tão boa quanto a anterior, mas infelizmente a autora optou por acelerar os processos finais da história, o que resultou em soluções muito rápidas e algumas lacunas que deveriam ser fechadas. Fora isso foi uma leitura muito agradável. Cheguei a considerar a possibilidade de sair um terceiro livro, pra que assim essas pontas soltas fossem devidamente amarradas, mas o máximo que teremos depois é um livro de contos contando um pouco dos personagens principais e os outros que tiveram certa relevância na história.


 Mesmo não amando esse livro como amei o primeiro, ele ainda é uma ótima leitura, vale o investimento financeiro e de tempo e eu jamais deixarei de recomendá-lo. 










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