[Resenha] Não me Esqueças | Babi A. Sette

Foto por Resenhando Sonhos | Resenha de Kika Oliveira

Título: Não me Esqueças 
Autora: Babi A. Sette
Páginas: 350
Editora: Verus |  Nota: ★★★★★ (5/5) 

SINOPSE: Em um cenário de contos de fadas, Babi A. Sette convida o leitor a mergulhar em um mundo novo, repleto do encantamento que somente um amor de almas gêmeas pode realizar

Aos vinte e um anos, Lizzie deveria estar empenhada em fisgar um noivo e finalmente se casar. Entretanto, após uma decepção amorosa, o coração da jovem só palpita por sua grande paixão — os estudos sobre o povo e a cultura celtas. Esse interesse faz com que ela troque os concorridos salões de baile de Londres pelas estradas desertas e sinuosas das Highlands escocesas. 
Ali, ela conhecerá Gareth, o enigmático líder do clã que vive no local mais remoto e bucólico da Escócia. Envolto em uma aura de mistério, ele luta para manter suas tradições, seus segredos e, principalmente, seu povo em segurança.
Enquanto o austero Gareth tem a vida toda sob controle e resiste a mudanças, Lizzie está muito entusiasmada com suas explorações e descobertas. Porém a vida de ambos é alterada de maneira inexorável quando uma fatalidade transforma a tão sonhada aventura de Lizzie em pesadelo.
Vindos de mundos tão diferentes, mas unidos por uma atração irresistível, Lizzie e Gareth vivem uma paixão proibida e desafiadora, sem saber que finalmente poderão encontrar aquilo que só ousavam buscar em sonhos.

Minha filha… se há algo que a vida me ensinou é que nós não podemos nos culpar pelos atos dos outros, mas podemos escolher como reagir diante daquilo que nos acontece. Quase nunca é uma escolha fácil, mas sempre é corajosa.

Mais uma vez me pego suspirando e com uma história de Babi A. Sette. Não me esqueças, a nova obra da autora veio para nos apaixonar e encantar com um romance maravilhoso e encantador entre Lizzie e Gareth.

Antes de falar qualquer coisa a respeito do livro, acho muito importante dizer que é necessário desvincular a história de ‘A promessa da rosa’ (da mesma autora) de ‘Não me esqueças’, o enredo é muito diferente, na história dos pais existe um drama pesado e bastante sofrido enquanto na história da filha temos um romance mais leve, mesmo que exista a sua dose de drama, afinal estamos falando de um livro de Babi A. Sette. Embora Lizzie seja filha de Kathelyn e Arthur, ela não se parece muito com eles, nossa mocinha é uma jovem mais madura do que a mãe dela era no início de sua história e que não vivenciou situações tão sofridas e desesperadoras quanto a mãe, portanto não se deve esperar uma mini Kathe aqui.

É assim que a vejo, com uma força que está além da compreensão deste mundo, com uma grandeza que apenas a imagem humana seria incapaz de definir. Como o fogo que chega mudando tudo ao redor. Mas dona de uma alma capaz de acabar com a escuridão à sua volta.

Elizabeth e Gareth vem nos ensinar nessa história que o verdadeiro amor supera tudo, que não importam os tipos de marcas que carregamos do nosso passado, sejam físicas ou emocionais, elas não devem definir nosso futuro, que por mais que acreditamos que lá fora não existe um coração semelhante ao nosso esperando encontrar sua outra metade, quando a oportunidade surgir devemos ser forte e corajosos para enfrentar as adversidades que virão com esse amor, que o perdão a aqueles que nos feriram é a principal arma para vencer essa batalha.

Lizzie me encantou com sua personalidade, ela é uma menina carinhosa, amorosa, com um senso de justiça admirável e uma força que sempre me surpreendia quando ela via a necessidade de enfrentar algo. Todas as vezes em que ela ou a alguém estava em uma situação que ia em desacordo com o que ela acreditava a ferocidade com que defendia sua opinião ou alguém era incrível. Até mesmo a forma com Gareth a descreve em determinado momento reforça essa impressão. Mesmo estando em situações difíceis Lizzie não se permitia abalar, era é forte e corajosa, sem deixar que vissem suas fraquezas e as usem contra ela e em momento algo se colocava em posição de vítima. Ela é daquele tipo de personagem que se torna impossível de amar.

Acontece que aquele homem enorme, parado a alguns metros dela, tinha algo sombrio. Era rústico, selvagem, poderoso, rodeado por aura magnética e ameaçadora, como um guerreiro celta, como se a sombra dele fosse o lobo, como se ele mesmo fosse o lobo.

Antes de falar do Gareth preciso de uma pausa para suspirar. Que. Homem. M.A.R.A.V.I.L.H.O.S.O.

Ele foi uma surpresa encantadora pra mim, eu realmente acreditava que ele seria daquele tipo de personagem que primeiro odiamos para só depois amarmos, mas não foi assim. Gareth é muito misterioso no início, as vezes até um pouco confuso dadas as suas reações iniciais, mas ao longo da história vamos enxergando melhor a personalidade e o caráter e entendendo alguns dos motivos de ele ser tão cauteloso com sua aproximação com a Elizabeth (sim é desse jeito que ele a chama, mais um momento de suspiros aqui). 

A intensidade desse personagem me abalou, a entrega e o compromisso dele para o povo, a forma honrada como os lidera e os protege me comoveu, fiquei extasiada com ele, sonhando acordada com a possibilidade de existir alguém assim no mundo real.

O problema é que, às vezes, nos esquecemos da luz e nos fechamos dentro da escuridão dos nossos medos, dos nossos conceitos, da nossa intransigência na maneira como enxergamos o mundo.

A forma como o relacionamento entre Lizzie e Gareth desenvolve é extremamente envolvente. Nós sabemos que no final eles irão ceder aos impulsos físicos e por consequência aos da emoção, mas a ausência do “amor à primeira vista” torna tudo muito natural. Eles percebem que existe algo ali, que seus corpos reagem de uma diferente quando estão próximos, mas a batalha interna entre o certo e o errado faz com que a expectativa fique maior ainda e quando eles finalmente se entregam ao que sentem é uma explosão elétrica impossível de não ser atingido. É intenso, puro, sensual e envolvente sem perder a classe. É uma entrega total, como num encontro de almas que se buscam a muito tempo em desespero e que quando se alcançam não conseguem controlar a intensidade do que sentem, como se não fosse existir um amanhã depois desse encontro e por esse motivo precisam se entregar por inteiro, sem deixar qualquer mísero pedaço faltando.

Selvagens são os nossos costumes de obrigar as mulheres a desfilarem para aquela corja de senhores, como ovelhas a serem escolhidas para o abate. Selvagem é nos vender para o lorde mais rico e desprezível da temporada.

Preciso dizer antes de finalizar que, em todas as vezes que Kathelyn e Arthur aparecem eles me deixaram encantada com o tipo de pais que se tornaram, é lindo de ver o carinho com que tratam e educaram os filhos. Outra coisa é que eu fiquei imensamente curiosa com a história de Arthur Steve, mal vejo a hora em que Babi irá anunciar que o livro já está no processo e que logo teremos mais uma história dessa família para nos apaixonarmos.