Foto por Dear Maidy | Resenha de Kika Oliveira
Título: A voz do Arqueiro | Série: Signos do Amor | Vol.01
Autora: Mia Sheridan
Páginas: 336
Editora: Arqueirpo | Nota: ★★★★★ (5/5)
SINOPSE: Cada livro da coleção Signos do Amor é inspirado nas características de um signo do Zodíaco. Baseado na mitologia de Sagitário, A voz do arqueiro é uma história sobre o poder transformador do amor.
Bree Prescott quer deixar para trás seu passado de sofrimentos e precisa de um lugar para recomeçar. Quando chega à pequena Pelion, no estado do Maine, ela se encanta pela cidade e decide ficar.
Logo seu caminho se cruza com o de Archer Hale, um rapaz mudo, de olhos profundos e músculos bem definidos, que se esconde atrás de uma aparência selvagem e parece invisível para todos do lugar. Intrigada pelo jovem, Bree se empenha em romper seu mundo de silêncio para descobrir quem ele é e que mistérios esconde.
Alternando o ponto de vista dos dois personagens, Mia Sheridan fala de um amor que incendeia e transforma vidas. De um lado, a história de uma mulher presa à lembrança de uma noite terrível. Do outro, a trajetória de um homem que convive silenciosamente com uma ferida profunda.
Archer pode ser a chave para a libertação de Bree e ela, a mulher que o ajudará a encontrar a própria voz. Juntos, os dois lutam para esquecer as marcas da violência e compreender muito mais do que as palavras poderiam expressar.
Qual a função de um livro pra você? Apenas um passatempo
para as horas vagas? Uma forma de praticar a leitura e manter a mente ativa? Um
meio para ter novas experiências sem que precise vivenciá-las diretamente?
Bom, para mim a leitura é um mecanismo de fuga desse mundo
caótico em que vivemos, uma forma de aprender um pouco mais sobre a vida e
através das experiências que os personagens vivenciam ao longo das histórias.
Acho que amor é um conceito, e cada pessoa tem uma palavra única para descrever em que o sentimento se resume para ela. A minha palavra para amor é Bree.
Com a história de Bree Prescott e Archer Hale é exatamente
esse tipo de leitura que o leitor se depara, encontramos nessas páginas uma
história de superação, a descoberta do verdadeiro amor, não só por outra
pessoa, mas amor a si mesmo e uma trajetória de autoconhecimento também.
Após passar por um trauma terrível, Bree foge para a cidade
de Pelion em busca de um pouco de paz e uma pausa para seu sofrimento e logo
nos primeiros dias, em uma situação um tanto constrangedora, ela se depara com
um jovem desgrenhado de um olhar intenso e enigmático que vai mudar seus planos
e sua vida para sempre e ela não faz ideia.
Eles não sabem quem é você, Archer. Não têm ideia. E não merecem saber. Não deixe que a opinião deles o magoe.
Archer é um rapaz solitário, ignorado por toda a cidade,
todos o julgam por um trecho de sua história que veio a público e mesmo sem
saber o suficiente a respeito dele para formar uma opinião a sociedade em que
ele vive escolhe deliberadamente o tratar como um “ninguém”. Embora algumas
pessoas tentem “alertar” Bree a ficar longe dele, algo diz a ela que não
deveria seguir tais conselhos, que existe mais ali, e ela não quer ignorar seus
próprios instintos.
A aproximação dos personagens acontece de forma
relativamente lenta, não temos aquele típico “amor à primeira vista”. Eles
criam uma espécie de amizade silenciosa onde jogar conversa fora é algo
desnecessário, onde o olhar e os gestos falam mais que qualquer palavra poderia
expressar e assim aos poucos vão conhecendo cada vez mais um ao outro e também
redescobrindo e aprendendo novas coisas a respeito de si mesmos.
Coisas ruins não acontecem com as pessoas porque elas merecem. Não é assim que funciona. É só... a vida. E não importa quem somos, temos que lidar com a sorte que nos cabe, por mais terrível que ela possa ser, e tentar fazer o melhor para seguir em frente de qualquer modo, amar de qualquer modo, ter esperança de qualquer modo... ter fé de que há um propósito para a nossa jornada. E tentar acreditar que talvez mais luz brilha por trás daqueles que têm as maiores rachaduras.
O relacionamento entre eles, obviamente chega ao próximo
nível e aí meu povo que as emoções ficam difíceis de lidar, a intensidade que
os sentimentos são mostrados, as novas descobertas como casal são ao mesmo
tempo de rir, chorar e sentir aquele arrepio gostoso na espinha. A autora soube
trabalhar todas essas emoções e situações de uma forma tão natural e linda, sem
pesar o drama ou as cenas mais quentes, o que definitivamente é mais um ponto a
favor desse livro tornando a leitura mais interessante a cada página.
Durante a maior parte da história Archer nos dá doses
homeopáticas de sua personalidade, de quem é, mas quando ele passa a entender
seus sentimentos por Bree e os vê sendo correspondido por ela, algo parece
estalar dentro dele e uma represa de emoções intensas é liberada.
Archer me olhou algumas vezes e me lançou um sorriso tímido. Não trocamos muitas palavras, mas o silêncio entre nós era confortável.
Em diversos momentos da leitura me peguei com um sorriso
bobo e uma expressão sonhadora diante de quem Archer Hale realmente é. Nunca
tinha lido uma história NA (New Adult) onde o personagem masculino roubasse a
cena com tanta maestria, mas sem um apelo sexual exagerado, ele é sutil,
conquista e se mostra aos poucos, e quando nos damos conta, estamos
absurdamente fascinadas e apaixonadas por ele (Eita que essa Bree é muito sortuda).
Ele sorriu. Ainda não estava acostumada com os sorrisos dele e aquele em especial fez meu coração acelerar mais um pouco. Eram como presentes que ele distribuía de forma parcimoniosa. Eu o recolhi e o guardei dentro de mim.
No plano de fundo desse relacionamento temos uma lição de
vida bastante interessante e necessária do que precisamos ser uns para os
outros como sociedade e sobre as responsabilidades que temos com os que nos
rodeiam, sobre até que ponto devemos nos manter em silêncio e não interferir na
vida alheia.
É claro que não é ideal meter o nariz onde não se é chamado, mas
existem situações em que algo pode ser feito, alguém pode e deve interferir
para ajudar, mas quando escolhemos não fazer nada nos tornamos em parte
responsáveis pelo que pode acontecer de ruim ou simplesmente não acontecer às
outras pessoas e por consequência passamos a viver com aquela bendita dúvida do
“E se...”
1 Comentários
Sabe aquele livro que é seu Dengo? Este é o meu. Tu conseguiu descrever exatamente o que este livro nos passa, é uma explosão de sentimentos que ele nos faz sentir que é até difícil de pôr em palavras. Só lendo pra saber.❤❤❤❤❤
ResponderExcluir